Divisão do Estado do Pará e a criação dos estados de Carajás e Tapajós
A notícia da aprovação do plebiscito sobre a divisão do Pará e a criação de dois novos estados (Tapajós e Carajás), aprovada na quinta feira (5), pela Câmara Federal, caiu como bomba na cabeça de muitos paraenses e foi amplamente divulgada pela imprensa nacional e local.
Do ponto de vista econômico, caso fosse aprovada a criação dos novos estados, o de Carajás ficaria com a maior parte das reservas minerais conhecidas em território paraense e o grosso dos investimentos da Companhia Vale do Rio Doce (80% dos Royalties de mineração).
Segundo dados divulgados pela Folha de São Paulo do dia 08 e reproduzidos pelo Diário do Pará na segunda-feira (9), além das reservas de ferro e bauxita atualmente exploradas pela Vale, Carajás ainda deteria as de cobre e níquel, enquanto que para o os estados do Tapajós e Pará restariam as reservas de bauxita, localizadas em Paragominas, Rio do Norte e Juruti.
Os investimentos também sofreriam uma quebra substancial. Até 2015, está previsto um montante de investimentos no Estado do Pará superior a US$ 40 bilhões. Com a divisão, a maior parte desses investimentos ficaria com o Estado de Carajás (US$ 33 bilhões). O restante seria rateado entre o Pará (US$ 7,6 bilhões) e o Estado do Tapajós (US$ 1,6 bilhão).
Mapa da divisão
O Estado do Pará é a segunda maior unidade federativa do Brasil, com um território de aproximadamente 1.247.950,003 km², ficando atrás somente do estado do Amazonas, com 1.559.161,682 km². Sua população gira em torno de 7.581.051 habitantes, de acordo com o senso realizado pelo IBGE em 2010.
Com a divisão, o Estado de Carajás ficaria com 285.000 km² e uma população de 1,6 milhão de habitantes. A capital seria Marabá. O Estado do Tapajós, com sede administrativa em Santarém, ficaria com 722.000 km² e uma população de 1,3 milhão de habitantes. O Pará deteria um território de 240.689 km² e ficaria com 4,6 milhões de habitantes.
A saída está na integração
O Pará é um Estado singular. Como resultado do encontro de diferentes culturas, somos ao mesmo tempo filhos da floresta e cidadãos do mundo.
Nos últimos tempos, o Pará recebeu grandes contingentes humanos vindos de outros estados brasileiros. Devido principalmente à proximidade com o eixo que liga ao Tocantins e ao restante do Brasil, esses contingentes foram se instalando preferencialmente nas regiões sul e sudeste do Estado.
Porém, a grande distância em relação à Capital e a falta de um projeto de desenvolvimento amplo, capaz de empoderar as populações vindas de outros estados, contribuíram para alimentar os sentimentos de abandono e de não pertencimento, o que levou ao recrudescimento dos movimentos separatistas.
A saída para esses problemas passa pela integração e não pela desintegração. Isso exige o esforço no sentido de descentralizar a administração e viabilizar uma justa distribuição de renda, de maneira que as várias regiões e os municípios que as compõem possam se sentir contemplados e participes nos processos decisórios.
O crescimento econômico só tem sentido quando a serviço da população como um todo, e não apenas de pequenos grupos de grandes proprietários. Enquanto não se for capaz de subverter a lógica da concentração, não é com a divisão do Pará que teremos progresso e justiça social na região.
VIVA O ESTADO DO PARÁ!
VIVA O POVO PARAENSE!
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