quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ambientalistas executados em 
Nova Ipixuna – Estado foi omisso

Mais uma vez, a brutalidade e a truculência prevaleceram no Pará. Em uma ação covarde, pistoleiros atocaiaram e assassinaram José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, líderes extrativistas e defensores do meio ambiente e da justiça social na zona rural paraense. A ação dos criminosos aconteceu na manhã de ontem, em Nova Ipixuna, município localizado no sudeste do Estado.

Os ambientalistas já haviam denunciado as ameaças de morte que vinham sofrendo. Apesar das denúncias, o Estado fez pouco caso, como no assassinato da Irmã Dorothy.

A morte dos ambientalistas já vinha sendo anunciada por madeireiros e carvoeiros responsáveis pela expansão da grilagem e do desmatamento na região. Por conta disso, o casal procurou as autoridades no intuito de obter garantias de vida, mas, como sempre, o Estado fez pouco caso. José Cláudio e Maria do espírito Santo foram executados num trecho de estrada próximo ao igarapé Cupu, distante cerca de 40 quilômetros da sede do município.

Com a repercussão do assassinato do casal de ambientalistas, entidades nacionais e internacionais manifestaram-se indignadas e pediram a apuração do caso e a punição de pistoleiros e mandantes. A presidente Dilma Rousseff soube da notícia durante uma reunião com ex-ministros do meio ambiente e determinou que a Polícia Federal envide todos os esforços no sentido de apurar os assassinatos e chegar aos mandantes e executores de José Claudio e de Maria do Espírito Santo.

O Governo do Estado mobilizou uma grande equipe para investigar os assassinatos. Em pronunciamento, o secretário de segurança, Luiz Fernandes Rocha, disse que o “Estado não vai tolerar mais esse tipo de violência em nosso território” e que a equipe que foi mobilizada só deve “voltar com os responsáveis presos”. Esse esforço não foi feito, no entanto, para dar as garantias devidas aos líderes ambientalistas.

Não é de hoje que o Estado se mantém omisso diante das ameaças de morte feitas por madeireiros da região a lideranças rurais. Em 9 de fevereiro de 2005, Dorothy Stang (a Irmã Dorothy) esteve em Belém apresentando ao Governo do Estado denúncias de ameaças de morte que vinha sofrendo. Nada foi feito no sentido de apurar tais denúncias. Três dias depois, a religiosa foi assassinada em Anapu, em uma emboscada.


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